Dia de muito ritual, reza, denúncia, clamor e protestos
“O Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma data celebrada mundialmente no dia 09 de agosto e foi
estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1995 para expressar o reconhecimento internacional em
relação a esses povos, [...] Segundo dados da própria ONU, a população indígena no
mundo está estimada em cerca de 370 milhões de pessoas, o que representa algo
em torno de 5% da população mundial. No entanto, segundo a entidade, esses
povos compõem cerca de um terço da população mais pobre do mundo e são expostos
a uma série de problemas, que abrangem doenças, discriminação, perseguição,
baixa expectativa de vida, ameaças territoriais e poucas garantias de verem
cumpridos os seus direitos humanos.” (Rodolfo Pena).
Mobilizações
pela vida e direitos
Uma vez mais os povos indígenas no Brasil estarão se
mobilizando na luta por seus mais elementares direitos, negados e espezinhados
por uma elite econômica e política inescrupulosa e racista. Dirão ao mundo que
continuarão lutando pelos seus direitos constitucionais, impedindo qualquer
retrocesso, como a PEC 215, o Marco Temporal, que figuram entre as inúmeras
iniciativas anti indígenas em curso nos
poderes Legislativo e Executivo.
Em Brasília
aproximadamente duas centenas de indígenas vindos de várias regiões do país,
estarão participando da Audiência Pública promovida pela Comissão de Direitos
Humanos da Câmara dos Deputados. Nas diversas regiões do país os povos
originários
estão organizando atos de protesto e mobilizações pela
garantia e respeito a seus direitos, especialmente às suas terras. Estarão
também denunciado as violências que vem sofrendo, com frequentes assassinatos e
prisões de lideranças, com a total impunidade dos assassinos, um alto índice de
suicídios, pela desesperança, preconceito e racismo imperante. Se medalhas por
violência contra os povos indígenas houvesse, o Mato Grosso do Sul seria
agraciado com ouro.
O país do
espetáculo
O espetáculo global impera impávido, roendo o duro osso da
crise. Do “impedimento” à Lava Jato, do futebol ao carnaval, das Olimpíadas aos
milhões da corrupção sem fim. Mas é também o país de lutadores, de guerreiros,
de gente que não abre mão do seu sonho de transformar esse país de uma minoria
que acumulam privilégios em uma nação de justiça, solidariedade e paz.
Quando inicia mais um Fórum Social Mundial, em Montreal, no
Canadá, nos unimos aos lutadores e sonhadores do mundo inteiro para clamar: um
outro mundo e Brasil, são possíveis necessários e urgentes.
Egon Heck Fotos:
Laila/Cimi
Cimi Secretariado Nacional
Brasilia 9 de agosto de 2016